terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O que prestar atenção em 2010

No decorrer do meio do segundo semestre (desde que o blog foi criado), falamos de diversos assuntos, desde como abrir uma conta em uma corretora e aplicar o dinheiro em títulos do governo, até como investir em ações e o que podemos esperar para o ano que vem, além de fazermos análises do desempenho do Ibovespa no ano e de alguns acontecimentos mundiais, como a crise de Dubai.

Nesses posts, sempre afirmei que acredito ser ainda muito vantajoso investirmos em ações no Brasil, que por mais que a Bolsa sofra algumas quedas e termine um ou outro mês, ou alguma semana, no “vermelho”, ao final de um período um pouco maior do que isso, a bolsa, como um todo, apresentou um bom resultado, o que gera oportunidades de aumentarmos nossos rendimentos.

Assim, após essa introdução, acho interessante citarmos alguns assuntos que, na minha opinião, devemos ficar atentos em 2010 pois eles podem nos ajudar a continuarmos tendo um bom desempenho.

Em primeiro lugar, acredito que devemos prestar muita atenção nas empresas que atendem principalmente o mercado interno, como por exemplo o setor de consumo. O mundo ainda não se recuperou totalmente da crise, mesmo tendo apresentado dados positivos em 2009, alguns acontecimentos que tivemos nos últimos dias, como a crise de Dubai e a redução do rating da Grécia, mostraram que a economia mundial ainda está frágil. Felizmente a economia brasileira teve uma recuperação muito boa e com isso, esse setor da economia deverá apresentar resultados bastantes positivos em 2010.

Outro setor que eu acredito ser interessante prestarmos atenção em 2010 é o de cartões. Atualmente, a grande maioria dos analistas acreditam que essa área tem um grande potencial de upside no próximo ano, mas, ao mesmo tempo, algumas incertezas com relação à regulamentação e a possibilidade de entrada de novas empresas no mercado brasileiro faz com que tenhamos um pouco de “pé atrás” com as empresas desse setor.

Por último, outro setor que eu acredito ser interessante prestarmos muita atenção é o de construção civil. Diversos acontecimentos em 2009, desde a criação do projeto “Minha Casa Minha Vida até a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas, nos levam a crer que haverá muito investimento nesse setor e, por isso, esse setor pode vir a ser uma grande oportunidade.

Aqui falamos de apenas 3 setores, dentre muitos que estão presentes na Bolsa de Valores de São Paulo. Assim, minha recomendação é que, além de ficarmos atentos com essas questões, devemos prestar atenção nos outros setores pois todos eles podem nos trazer boas oportunidades de investimentos.

Bom final de ano à todos e que em 2010 tenhamos muitas oportunidades de investimentos!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Agências de rating

Nessa última semana algumas declarações das agências de rating (ou de classificação de risco) foram muito comentadas. As principais agências de rating do mundo afirmaram que poderiam reduzir o rating de alguns países, como por exemplo da Inglaterra.

Mas, ao lermos essas notícias, podemos nos perguntar o que exatamente faz uma agência de rating e qual é o poder de influenciar o mercado.

Para conseguirmos responder essas perguntas, iremos falar hoje sobre o que é uma agência de rating, o que ela faz e como atua no mercado financeiro mundial.

Uma agência de rating é uma empresa que analisa o risco das instituições públicas e privadas de pagarem suas dívidas, ou seja, ela analisa o risco que o credor corre em não receber o pagamento pelo seu empréstimo.

O interessante é que as grandes agências de rating não analisam apenas o risco de empresas, elas também analisam o risco de um país como um todo. Ao analisarem o risco do país, as agências determinam o custo dos investidores investirem ou não no país, determinando assim a remuneração que esse país deve “dar” aos investidores para que a entrada desses no país seja ou não vantajosa.

Dentre as principais agências de classificação de risco no mundo, podemos citar 3 como as mais importantes e que, consequentemente, mais influenciam o mercado financeiro em geral. São elas: Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s.

Quando uma dessas agências declara que pode alterar o rating de um determinado país, há uma certa euforia no mercado, pois isso influencia muito os investidores. Quando o rating de um país é elevado significa que ficou mais seguro investir nesse país. Dessa forma, sem dúvida alguma, mais dinheiro acabará sendo investido nele, muito fundos, por exemplo, passarão a aplicar dinheiro em empresas desse país, como conseqüência disso, teremos, por exemplo, uma redução na taxa de juros.

Quando ocorre o contrário também temos uma grande euforia, entretanto, de forma negativa para o país, pois a chance de muitos investidores retirarem o dinheiro desse país é muito grande e, dessa forma, esse país terá que pagar um valor maior para atrair investidores. Tornando assim, o custo de capital mais caro, ou seja, a taxa de juros desse país necessariamente tem que ser maior.

Por último, acho interessante citarmos que essas agências são constantemente criticadas por seus cliente serem exatamente aqueles que estão sendo analisados pela agência, o que torna possível que a análise não seja feita de forma imparcial. Por isso, devemos sempre ficar atentos com a reputação da agência de risco e de como funciona a política dela de, por exemplo, alterar o rating de uma companhia ou país.


domingo, 6 de dezembro de 2009

O ano de 2009

Começamos nessa semana o último mês do ano e, como de costume, no mercado financeiro a discussão central passa a ser o que devemos esperar para o próximo ano e a fazer um balanço do que aconteceu nesse ano, tendo em vista que ao entendermos o que aconteceu com o mercado em 2009 estaremos mais bem preparados para enfrentar as adversidades do mercado em 2010.

Assim, para o tópico de hoje, iremos comentar um pouco de como o Ibovespa se comportou durante o ano.

Abaixo, seguem dois gráficos, o primeiro gráfico mostra o desempenho do Ibovespa até o dia 3 de dezembro. Notamos que desde o primeiro dia útil do ano até o dia 3 de dezembro o Ibovespa teve uma valorização de 69,75%, passando dos 68.000 pontos. Entretanto, não foi desde o começo do ano que o Ibovespa apresentou um constante crescimento, notamos que nos primeiros meses do ano a Bolsa de Valores não apresentou um crescimento, apenas “andou de lado”. Ou seja, não tinha um sentido muito definido. Isso porque nessa época ninguém sabia ainda quais eram as dimensões da crise econômica mundial, o que ainda poderia acontecer e quanto tempo demoraria para a economia se recuperar.

O segundo gráfico nos mostra a variação do Ibovespa em cada mês. Através dele percebemos que, nesse ano, o Ibovespa fechou com um crescimento negativo apenas em três meses (Janeiro, Fevereiro e Junho). Os dois primeiros meses fecharam em queda principalmente em razão da crise.

Ainda no segundo gráfico, notamos que em todos os outros meses o Ibovespa apresentou um crescimento positivo, chegando a superar os 10% de crescimento em março e abril.

Voltando para o primeiro gráfico, nele também conseguimos observar o volume financeiro diário operado na Bovespa. Através desse dado, percebemos que durante todo o ano houve um constante crescimento desse volume. A razão disso também é a crise.

Com o início da crise, no ano passado, houve uma redução do volume financeiro da Bolsa de Valores, visto que tivemos uma saída de capital estrangeiro do país e muitos investidores nacionais também retiraram seus investimentos da Bolsa de Valores. Com a retomada do mercado brasileiro, novamente passamos a ter um fluxo positivo, claro, tendo algumas saídas do mercado em alguns momentos mas, na média, sendo positivo.

Para o ano que vem, as expectativas para a Bolsa de Valores continuam sendo positivas. É extremamente difícil termos um crescimento tão grande quanto esse ano, mesmo porquê, o crescimento que tivemos em 2009 foi em cima de um valor super-desvalorizado, o que não temos nesse ano. Mas, mesmo assim, acredito que em 2010 a Bolsa de Valores ainda será a melhor opção para se investir.

domingo, 29 de novembro de 2009

O que aconteceu em Dubai?

Nessa última semana, o mercado financeiro mundial passou por um grande susto. A empresa de capital estatal Dubai World, que está construindo todos os investimentos na cidade, desde os prédios de moradia, até o metrô anunciou ao mercado que precisaria de mais 6 meses para poder pagar suas dívidas, ou seja, declarou uma moratória.

Após esse anúncio, houve uma saída de capital das bolsas de valores de todo o mundo, principalmente no mercado asiático, onde estão os principais credores da Dubai World.

Como o mercado financeiro é extremamente globalizado, as ações brasileiras também foram penalizadas e sofreram uma queda. Entretanto, essa queda sofrida pela bolsa de valores brasileira não foi tão forte assim, e a Bovespa já mostrou uma recuperação no dia seguinte (sexta-feira passada).

Essa recuperação tanto do mercado brasileiro quanto do mercado europeu já no dia seguinte à declaração de moratória da Dubai World nos mostrou que esse problema não afetou tanto a economia mundial.

Entretanto, acho interessante para o tópico de hoje entendermos o porquê dessa empresa não estar conseguindo pagar suas dívidas, o que mostra que não obteve retorno nos seus investimentos.

Dubai, localizada nos Emirados Árabes, era uma cidade no meio do deserto que teve a sorte de estar numa região “lotada” de petróleo.

As famílias exploradoras de petróleo, que já enriqueceram muito, perceberam que não poderão se “sustentar” para sempre apenas com o petróleo, que mais cedo ou mais tarde a humanidade irá conseguir substituir grande parte da energia obtida através do petróleo por outros tipos de energia e que, consequentemente, perderão poder e dinheiro.

Para evitar isso, visando o longo prazo, resolveu-se construir uma cidade no deserto, um pólo de luxo e riqueza, e que fosse um ponto de ligação entre o Oriente e o Ocidente. A cidade a qual estamos falando é Dubai.

Essa cidade foi totalmente construída, nada nela é real, desde as ruas e prédios, até as praias em forma de palmeira (foto abaixo).


Com o início da construção da cidade e muito marketing envolvido, o governo de Dubai conseguiu criar um nome, uma marca, muitas pessoas famosas compraram apartamentos na cidade, essa passou a abrigar diversos torneios esportivos e começou a ser o tão falado ponto de ligação entre o Oriente e o Ocidente, a cidade onde a grande maioria dos aviões, por exemplo, faz sua escala.

Tudo estava indo como o esperado, entretanto, a crise do sub-prime apareceu e Dubai também sofreu as conseqüências. O baixo preço do petróleo fez com que a principal fonte de pagamento dos investimentos se reduzisse, somando-se o problema de liquidez, o qual o crédito ficou mais escasso e impedia que mais pessoas comprassem imóveis na região. E que com crise as pessoas viajam menos, reduzindo significativamente a quantidade de turistas (que gastam muito dinheiro) em Dubai.

Podemos afirmar que todas as fontes de recursos da Dubai World tiveram uma drástica redução na entrada de dólares, dificultando o pagamento de seus credores.

Ao acrescentarmos que essa é uma região que não possui nenhuma produção (além do petróleo), concluímos que estava claro que, em algum momento, isso iria acontecer. Tendo em vista que é muito difícil um país se financiar apenas do turismo e de gastos relacionados a isso.

Com relação ao mercado brasileiro, não acredito que seremos penalizados por essa crise em Dubai.

Em virtude do feriado norte-americano, na quinta-feira, ainda não conseguimos sentir realmente o humor dos EUA com relação a esse pedido, mas o Brasil já mostrou estar forte e os únicos que poderiam ter tido alguma perda com isso (os nossos grandes bancos) já declararam que não financiaram a Dubai World. Por isso, continuo acreditando que vale (e muito) a pena investir na Bolsa de Valores, claro com todos os cuidados possíveis.

domingo, 22 de novembro de 2009

Variação do câmbio

Um tópico que acredito ser bastante interessante para discutirmos essa semana é a relação do Dólar com Real visto que desde que a economia passou a ser mais integrada, todos os países são bastante atentos ao valor da sua moeda com relação ao Dólar (que é a moeda internacional) e aqui no Brasil isso não é diferente.

A importância do preço do Dólar com relação ao Real envolve muitos outros aspectos do que apenas o mercado financeiro.

Por isso, sempre que se discute o preço ideal para o Dólar temos diversos grupos querendo interferir nessa decisão, tentando, muitas vezes, influenciar o governo a favorecer o seu ponto. Assim, por exemplo, para os exportadores é mais vantajoso quando o preço do Real está desvalorizado, pois seus produtos ficam mais baratos no mercado internacional, ou seja, ficam mais competitivos. Já para os importadores é melhor quando o Real está valorizado, pois conseguem comprar mercadorias mais baratas no mercado internacional.

Com relação ao mercado de ações, o valor do Real está diretamente relacionado com a entrada e saída de investidores estrangeiros da Bolsa de Valores, isso significa que, geralmente, quando há uma entrada de investidores estrangeiros, o Real se valoriza perante o Dólar, visto que mais investidores estrangeiros estão comprando Real. Por outro lado, quando há uma saída de investidores estrangeiros o Dólar se valoriza e, consequentemente, há uma desvalorização do Real.

Além da relação da entrada e saída de investidores com a variação do Dólar, há uma relação entre o preço do Dólar e a variação do índice Bovespa.

Como podemos ver no gráfico abaixo, há uma correlação inversa entre o índice Bovespa e o preço do Dólar, ou seja, quando o Ibovespa sobe, há uma queda no preço do Dólar e quando há uma queda no Ibov, temos uma valorização do Dólar.

Isso ocorre pois temos uma correlação positiva entre o crescimento do Ibov e a entrada de investidores estrangeiros, ou seja, geralmente, quando o Ibov está positivo, estamos tendo uma entrada de investidores estrangeiros na Bolsa de Valores e, portanto, uma maior demanda de reais. Já quando o Ibov está negativo, temos o contrário, uma saída de investidores estrangeiros aumentando a demanda do Dólar.

Com essa pequena análise conseguimos entender um pouco da relação entre o mercado de ações e o valor do Real perante o Dólar. E, como já dissemos no começo do post, esse dado é de extrema importância não só para o mercado de ações, como também para a economia do país como um todo, por isso é olhado com extrema atenção tanto pelos investidores quanto por outros agentes econômicos.

domingo, 15 de novembro de 2009

Entendendo o Tag Along

Nos últimos posts fizemos comentários sobre como o mercado está se comportando, o que podemos fazer para aumentarmos os nossos rendimentos e como podíamos aproveitar a época de divulgação para comprarmos ações de determinadas empresas visando investimentos de curto prazo.

Para hoje, ao invés de fazermos um comentário pontual sobre o mercado, falaremos de um mecanismo que determinadas empresas possuem e que é muito bem visto pelos analistas e investidores, chegando a ser um diferencial entre duas empresas do mesmo setor.

O mecanismo que discutiremos hoje se chama Tag Along.

O Tag Along é um mecanismo de proteção aos acionistas minoritários (proprietários de ações ON) que garante a esses acionistas o direito de, quando houver uma mudança de controlador na Companhia, vender suas ações para o novo controlador por no mínimo um valor de 80% do valor negociado entre o antigo e o novo controlador.

Isso quer dizer que supondo que o acionista controlador da companhia XPTO a qual você é acionista venda todas as suas ações, você e todos os outros acionistas minoritários têm o direito de vender suas ações para o novo controlador por no mínimo 80% do valor pago ao antigo acionista controlador.

Isso é interessante pois é um mecanismo de defesa para os acionistas minoritários pois ele dá praticamente o mesmo direito que o acionista controlador possui aos acionistas minoritários e isso dá uma maior segurança para os investidores além de fazer com que as ações das empresas que possuem Tag Along tenham uma maior liquidez.

No entanto, o Tag Along trás alguns efeitos colaterais para as ações das companhias que o possuem. O principal efeito é quando há alguma expectativa de troca de controle de ação, as ações dessa empresa passam a ter uma forte especulação visto que caso haja mesmo uma troca de controlador, o novo controlador terá que comprar (caso o acionista deseje) suas ações por um valor que geralmente é maior que o valor do mercado.

Por último, acredito ser importante falarmos que o Tag Along está previsto na legislação societária (Lei das S.A., Artigo 254-A) e que mesmo sendo obrigado apenas a dar esse direito para as ações ordinárias (ON), muitas Companhias estendem esse direito também para as ações preferenciais. Além de assegurarem, para os detentores das ações ordinárias, um valor superior aos 80%.

domingo, 8 de novembro de 2009

Período de Divulgação

Na semana passada começamos o penúltimo mês do ano de 2009 e muitas são as expectativas de quanto será o fechamento do Ibovespa no ano. Como todos sabem, essa é uma questão muito difícil de ser respondida pois além das variáveis normais, que já afetam o mercado, nesse ano, em razão da crise, outras variáveis que “não são tão importantes assim” para o mercado brasileiro passam a afetar o desempenho das nossas ações, ou no mínimo, servem como desculpa para que os investidores (principalmente os estrangeiros) realizem seus lucros.

No começo do ano era muito difícil algum analista acreditar que o Ibovespa alcançaria os 60.000 pontos ainda em 2009, muitos acreditavam que haveria uma recuperação, mas não que fosse praticamente voltar ao que era antes da crise. Dada essa super-valorização que tivemos até agora, parece que o Ibovespa vem perdendo um pouco da força de crescimento que possuía. Nessa última semana (primeira do mês de novembro) tivemos um crescimento de 2,91% do Ibovespa, já o mês de outubro, apresentou um crescimento de apenas 1,79%. Se pegarmos por exemplo o mês de julho (que não foi o melhor mês), o Ibovespa teve um crescimento de 6,25%.

No entanto, mesmo com a Bolsa apresentando um crescimento menor do que nos meses anteriores do ano, é claro que ainda é lucrativo investir na Bolsa.

Até o dia quinze de novembro estamos no período de divulgação de resultados, isso significa que todas as empresas que possuem ações na Bolsa de Valores são obrigadas a divulgarem seus resultados para o mercado. Assim, esse período é muito interessante para conseguirmos obter ganhos de curto prazo com empresas que apresentem bons resultados. Um exemplo disso, foi na sexta-feira quando as ações da Lojas Americanas subiram aproximadamente 6% em um dia em razão do bom resultado apresentado e do enorme plano de investimento que a Companhia pretende fazer nos próximos 4 anos.

Dessa forma, minha sugestão é para ficarmos atentos com a data que as empresas irão divulgar e com as expectativas do mercado para os resultados das empresas, pois assim, podemos obter lucros interessantes no curto prazo e também evitar perdas no curto prazo, com empresas que podem apresentar um resultado não tão satisfatório.

Uma última dica para esse período é que, caso você tenha ações de uma empresa que pode vir a não apresentar um resultado em linha com aquilo que o mercado espera e por isso ser penalizada, ou seja, sofrer uma redução no seu valor, é interessante, vender essas ações antes dela sofrer uma queda significativa e recomprá-la após essa queda. Assim, com a mesma quantidade de capital que você possuía 100 ações, por exemplo, consegue comprar uma quantidade maior de ações.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Lucrando com a variação

Nos últimos dias tanto as ações que compõe o índice Bovespa quanto ações de outras empresas listadas na Bolsa de Valores têm tido uma forte variação, chegando a subir 3%, 4% em um dia e a cair os mesmos 3%, 4% no outro dia.

Com essas grandes variações de um dia para o outro, surgem diversas oportunidades para aumentarmos os lucros com os nossos investimentos. Entretanto, se não tomarmos alguns cuidados e não termos uma certa disciplina e racionalidade essas variações fazem com que o rendimento caia, podendo ser até negativo.

Dessa forma, acredito que um assunto interessante para ser discutido é como podemos tirar vantagens dessa variação e obtermos bons lucros.

O primeiro ponto que eu acredito ser importante para obtermos bons lucros é determinarmos uma forma de atuarmos no mercado de capitais, ou seja definirmos uma estratégia e seguirmos essa estratégia do começo ao fim. Um exemplo do que devemos fazer é, por exemplo, determinarmos no momento da compra da ação o quanto de lucro queremos obter com essa ação e o quanto aceitamos perder com esse mesmo papel.

Isso quer dizer que seria interessante no momento da compra de uma ação XPTO determinarmos que o lucro com esse papel deve ser de, por exemplo, 20%. Assim, quando esse papel alcançar os 20% de lucro devemos vendê-lo e não ficarmos esperando para ver se esse papel subirá mais ou não. Claro que há a possibilidade da ação subir mais que os 20% e assim termos deixado de ganhar mais dinheiro. Mas, da mesma forma, há a possibilidade dessa ação bater os 20% de lucro e começar a cair. Assim, se não tivéssemos vendido, teríamos perdido uma parte do lucro.

Com o mesmo raciocínio, devemos determinar o quanto aceitamos perder com esse papel. Assim, por exemplo, determinarmos que aceitamos perder 5%. Caso a ação caia 5% devemos vendê-la e não ficarmos esperando para ver se esse papel voltará a subir. É bem possível que ele volte a subir, mas também é bem possível que ele volte a cair. Então, o melhor a fazermos é aceitarmos essa perda e investirmos em algum outro papel que acreditamos ter um maior potencial de valorização.

Outro ponto importante, principalmente para aquelas pessoas que desejam comprar uma ação e ficarem com ela por um longo período de tempo, é sabermos trabalhar com a venda e com a compra do papel. Isso quer dizer que não devemos comprar a ação XPTO e deixarmos na nossa carteira por um longo período. Como o mercado passa por variações, é importante sabermos vender o papel num determinado momento de alta e comprarmos o mesmo num momento de baixa. Quando fazemos isso, conseguimos comprar uma maior quantidade de ações dessa empresa, apenas aproveitando a variação do mercado.

Claro que não é tão fácil conseguirmos saber qual é a hora de comprarmos e vendermos uma determinada ação, mas quando a gente começa a acompanhar mais o mercado, a ler o que os analistas estão falando, isso se torna mais fácil. Com certeza não acertaremos o momento de compra e venda em todos os momentos, mas o mais importante é acertamos mais do que errarmos para, no final, termos rendimentos positivos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Taxação para investidores estrangeiros - IOF

Essa semana começou um tanto quanto conturbada, ontem tivemos um dia de pregão relativamente normal. No entanto, após o fechamento do pregão o mercado teve uma notificação, que podemos dizer, não foi tão boa assim. O governo, após algumas ameaças, passou a taxar o capital estrangeiro que entra no Brasil, a taxação é de 2% de todo o capital estrangeiro que entrar no Brasil para ser aplicado na Bolsa de Valores.

Com isso, o que já era esperado aconteceu, diversas ações passaram por fortes quedas e o índice Bovespa fechou com queda de 2,88%. Essa queda ocorreu principalmente em razão da saída dos investidores estrangeiros do mercado brasileiro.

Esses investidores saem do mercado brasileiro pois o que acontece é muito mais crítico do que apenas a "criação" do IOF. O que ocorre é que com a criação de uma taxa para a entrada de capital estrangeiro no Brasil, torna-se muito mais possível que o governo também crie uma taxa por exemplo na hora em que o capital estrangeiro for sair do país.

Além da possibilidade da criação de outros impostos, outro fator que favorece com que o mercado fique com medo de investir no Brasil é o jeito com que o governo implantou essa taxação. Mesmo dando alguns sinais de que o capital estrangeiro seria taxado de alguma forma, o governo foi pouco correto em comunicar apenas com um dia de antecedência a criação dessa taxa de 2%.

Para piorar, devemos considerar que os investidores afetados por essa taxa não são apenas aqueles que compraram ações a partir de hoje. Como no mercado de ações as movimentações financeiras (por exemplo o pagamento de ações) ocorre 3 dias úteis (D+3) após a confirmação da ordem de compra ou venda, os investidores estrangeiros que aplicaram dinheiro no Brasil na quinta-feira passada também serão taxados. O que mostra a total falta de respeito do governo com os investidores, que não esperavam esse custo antes de entrarem no mercado brasileiro.

Assim, conseguimos entender o porquê da queda que passamos hoje. Os 2% que serão cobrados dos investidores estrangeiros não é tão absurdo, principalmente se levarmos em consideração o quanto o Ibovespa subiu nesse ano. No entanto, o modo como o governo conduz essas operações faz com que o mercado externo fique apreensivo de investir no Brasil e, dessa forma, penaliza o mercado brasileiro, vendendo suas posições.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Começando a Investir

No penúltimo post discutimos alguns aspectos de crescimento do mercado, mostrando através de um gráfico como foi o crescimento tanto do Ibovespa como de outras bolsas mundiais desde o começo do ano.

Já no último post falamos sobre o mês de setembro, sobre o crescimento do índice da bolsa brasileira e a expectativa para esse final de ano. Obviamente, é muito difícil chegarmos a uma conclusão sobre o quanto o mercado brasileiro ainda subirá. Entretanto, para mim, é quase que certo que o mercado continuará se valorizando no decorrer desse ano e do próximo, com algumas pequenas quedas no caminho.

Como o objetivo desse blog é ajudar tanto as pessoas que possuem algum conhecimento sobre o mercado, como aquelas pessoas que não possuem conhecimento algum, faltou falarmos sobre os passos iniciais que alguém que deseja investir deve dar.

Assim, hoje, faremos igual ao que fizemos no segundo post, quando falamos o que dever ser feito para começar a investir em títulos do governo. Falaremos o que deve ser feito inicialmente para começar a investir em ações.

Da mesma forma que você precisa abrir uma conta na corretora para poder comprar títulos do governo, também é necessário abrir uma conta na corretora para poder comprar ações. Caso você já tenha aberto uma conta em alguma corretora para investir em títulos, não é preciso abrir outra conta, você pode utilizar a mesma nos dois investimentos.
Caso você ainda não tenha aberto uma conta na corretora, então deve abrir uma. Para visualizarmos as corretoras existentes, podemos entrar no site da Bovespa (www.bovespa.com.br), nesse site podemos ver todas as corretoras que operam no mercado de ações. Para facilitar, segue o link que leva direto à página com todas as corretoras (http://www.bovespa.com.br/Corretoras/index.asp?Corr=membros).

Para investidores do tipo pessoa física, como nós, a forma mais fácil de investir em ações é via a ferramenta de home broker oferecida pelas corretoras. Com essa ferramenta é possível que o investidor compre e venda ações via internet, sendo uma maneira muito fácil e simples.

Entretanto, devemos levar em consideração alguns aspectos sobre as diversas ferramentas de home broker disponíveis no mercado, para podermos fazer a melhor escolha e, dessa forma, obter o maior lucro possível.

Dentre os quesitos mais importantes a levarmos em consideração está o custo da ferramenta, pois esse influencia diretamente nos seus rendimentos. Visto que muitas vezes, dependendo do valor investido, o custo por operação (tanto compra quanto venda) pode chegar a representar mais de 5% do valor do investido. Dessa forma, para termos algum lucro com essa ação, precisamos que o seu valor tenha um acréscimo de pelo menos 5%.

Por isso, devemos ter uma atenção muito grande com qual corretora escolher, levando em consideração o valor cobrado pela operação.

Além dessa atenção, outra atenção que devemos ter na hora de investir é com relação à quantidade que vamos comprar de ações.

Muitas vezes nós não temos muito dinheiro para investir comprando um lote de ações de mais de uma companhia, entretanto, também não queremos comprar ações de apenas uma empresa. Assim, dividimos esse dinheiro que poderia ser empregado em um lote (geralmente 100 ações) de apenas uma companhia e compramos ações de diversas empresas em quantidades fracionárias. Isso, na grande maioria dos casos, minimiza nossos rendimentos, pois o custo cobrado pela corretora é por operação, ou seja, quando fazemos isso, temos nossos custos elevados numa ordem muito grande.

Assim, podemos concluir que aquele famoso ditado de que devemos dividir os ovos em diversas cestas nem sempre é tão bom assim, pois dependendo do valor investido, as ações precisam ter um acréscimo muito alto para que se obtenha um lucro considerável.

Claro que esses comentários escritos acima são apenas alguns de muitos outros que podemos discutir. Com o tempo, pretendo escrever mais vezes sobre esses pontos que devemos atentar quando investimos um valor consideravelmente baixo via as ferramentas de home broker.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mês de Setembro

Continuando com o tema discutido no post anterior, acho interessante discutirmos nesse post a variação do Ibovespa no mês de setembro.

Assim como nos meses anteriores, no último mês o Ibovespa apresentou uma alta um tanto quanto elevada (pouco mais de 10%). Somando-se a essa alta, podemos falar que também foi nesse mesmo mês que tivemos recordes do Ibovespa, quando bateu mais de 60.000 pontos, o que não ocorria desde o início da crise. Toda a variação do Ibovespa no mês de setembro está representada no gráfico abaixo.


No entanto, foi no final desse mesmo mês que o mercado começou a perder um pouco da força que vinha apresentando e passou a mostrar ligeiros sinais de fraqueza. Assim, desde o dia 22/09 o Ibovespa começou a apresentar uma certa instabilidade.

Isso fez com que muitos investidores começassem a prestar uma atenção ainda maior no mercado, temendo uma forte realização de lucros, o que ainda não ocorreu. No entanto, esse temor do mercado de que ocorresse uma realização de lucros não foi suficiente para que de fato ocorresse uma queda abrupta no índice Bovespa, mantendo o índice pó volta do 60.500 pontos.

Assim, hoje, nós continuamos com as mesmas perguntas que tínhamos no último post:

Ocorrerá uma realização de lucros? Quando será essa realização?

Entretanto, da mesma forma que discutimos no último post, é muito difícil de prevermos se ocorrerá uma realização de lucros e mais ainda, a data que isso acontecerá. Assim, o que devemos fazer nesses tempos é ficarmos atentos com o que está acontecendo no mercado, para então tomarmos a decisão mais correta.

Mudando um pouco de assunto, mas ainda mantendo o foco na Bolsa de Valores, nesse mesmo último mês (Setembro), o Brasil teve seu rating elevado pela Moody´s que, dentre a 3 principais agências de risco, era a única que ainda não havia elevado o rating para o Brasil.

Dessa forma, é quase certo que o Brasil receberá uma quantidade ainda maior de dinheiro proveniente do exterior, principalmente de grandes fundos que não podiam investir no Brasil em razão do seu regulamento.

Assim, podemos esperar que para o longo/médio prazo o valor das ações suba ainda mais, sendo assim, é uma boa oportunidade investirmos em ações de Companhias sérias com o objetivo de ter um considerável lucro no futuro.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ibovespa - Rumo aos 70.000?

Nos últimos dias vimos o Ibovespa alcançar um patamar muito além do esperado pelos analistas no começo do ano, fazendo com que os analistas tivessem que rever as expectativas para o fim do ano. Muitos desses analistas esperavam que o Ibovespa terminasse o ano próximo aos 50.000 pontos, entretanto, na semana passada esse já alcançava os 60.000 pontos.

Dessa forma, acredito que seria interessante um post para discutirmos um pouco esse crescimento do Ibovespa e compará-lo com outros índices mundiais. Então, vamos lá!

Ao compararmos o crescimento do Ibovespa com os outros índices de bolsas mundiais veremos que o índice da bolsa de valores brasileira foi aquele que mais cresceu nesse ano de 2009. Para mostrarmos esse crescimento, temos abaixo um gráfico com a variação das principais bolsas de valores.

Observando esse gráfico, percebemos que todos os índices possuem uma grande relação, ou seja, quando, por exemplo, o índice Dow Jones está em queda, normalmente, os outros índices acompanham, também caindo. Quando o mesmo índice está subindo, os outros índices também acompanham subindo.

A grande diferença entre esses índices é o quanto variam, se pegarmos os dados de variação do ano passado, veremos que o Ibovespa sofreu uma queda muito mais violenta que outros índices estrangeiros. Da mesma forma, agora que o mercado está se recuperando, todos os índices estão crescendo, e o Ibovespa está crescendo mais do que os outros, por isso esse elevado crescimento.

Mas o que mais gostaríamos de saber não é apenas como o índice varia de acordo com os outros índices, mas sim o que podemos esperar para esses últimos meses de 2009 e começo de 2010.

Essa questão vem trazendo inúmeras divergências, a grande maioria dos analistas afirma que devemos esperar uma grande realização de lucros (principalmente por parte dos investidores estrangeiros). Uma grande realização de lucros, gera uma enorme venda de papéis pelos investidores e, consequentemente uma queda no mercado.

Entretanto, essa realização de lucros, já esperada há alguns meses, ainda não ocorreu, o que nos faz crer que o mercado ainda está comprando mais papéis do que vendendo (realizando lucros).

Adicionalmente, um ponto que nos faz crer que ainda não é a hora em que os participantes do mercado realizarão seus lucros é o superávit que a Bolsa vem apresentando com relação ao capital estrangeiro, isso nos mostra que o mercado externo continua acreditando que obterá altos lucros investindo no mercado brasileiro.

Outro fator que podemos levar em consideração para saber se o que está acontecendo com o mercado tem ou não fundamento, ou seja se esse crescimento no valor das ações está ou não baseado em dados concretos e não apenas em especulações, é avaliar os dados macroeconômicos.

Esses dados estão dando sinais de reação. Como exemplo dessa recuperação, podemos citar o PIB brasileiro que apresentou um crescimento, o que não vinha acontecendo. Além disso, tivemos também um aumento da produção industrial brasileira e a volta da inflação positiva no IGPM. No campo internacional, um importante índice a ser analisado é o número de pedidos de seguro-desemprego nos EUA. E esse também vem apresentando reduções no decorrer do segundo semestre, o que significa que a cada mês uma menor quantidade de pessoas está ficando desempregada.

Dessa forma, podemos dizer que o mercado está de fato recuperando uma parte daquilo que perdeu durante a crise no ano passado, no entanto, devemos olhar com extrema atenção esses valores pois não sabemos até que o ponto o Ibovespa está subindo por pura recuperação do mercado ou por um simples “efeito manada”, onde os investidores desejam comprar mais ações assim o preço sobe, mais investidores desejam comprar mais ações, fazendo o preço subir novamente e assim sucessivamente.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Taxa de Juros e Taxa de Inflação

No último post fizemos uma análise sobre qual seria o melhor título para se investir hoje e chegamos à conclusão que o melhor a fazer seria investir nos títulos indexados ao IPCA. Além disso, deixei como pergunta, qual seria a melhor opção, dentre os títulos disponíveis hoje, para se investir antes da crise.

Antes de respondermos essa pergunta, acho interessante fazermos uma análise sobre a relação entre taxa de juros e taxa de inflação, visto que falamos bastante sobre ambas as taxas no post anterior.

Assim, vamos lá!

Atualmente (já faz algum tempo), o Banco Central trabalha com metas de inflação. Isso significa que os responsáveis pela política monetária brasileira decidem qual deve ser a taxa de inflação anual, podendo variar 2 pontos percentuais para cima ou para baixo, e trabalham variando a taxa de juros para chegar nesse objetivo.

Raciocinando de forma simplificada, podemos dizer o seguinte:

Quando o Banco Central percebe que a taxa de inflação está abaixo da sua meta, ele reduz a taxa de juros com o objetivo de aumentar a taxa de inflação. E, quando a taxa de inflação está acima da meta, o Banco Central aumenta a taxa de juros com o objetivo de reduzir a taxa de inflação.

O Banco Central age dessa forma pois as duas taxas estão muito ligadas. Mas antes de explicarmos o porquê delas estarem ligadas, vamos fazer uma observação:

No Brasil, por tudo que a nossa economia (e a população) já passou, nós temos a falsa idéia de que uma taxa de inflação positiva é ruim, no entanto isso não é verdade. O ruim, é uma taxa de inflação muito elevada, pois essa mostra o quão descontrolada está a economia do país, mas uma pequena taxa de inflação (como é a nossa hoje) é extremamente importante e boa para a economia. Ainda pior para a economia, é quando a taxa de inflação está negativa (deflação) pois isso mostra que a economia do país está desaquecida, ou seja, que as pessoas estão preferindo guardar grande parte do seu dinheiro para gastar no futuro a consumir no presente.

Agora que já sabemos o quão importante é o controle da taxa de inflação, vamos entender qual é a relação entre essas taxas.

Como já falamos, quando a taxa de inflação está caindo (abaixo da meta), o Banco Central (na reunião do COPOM), reduz a taxa de juros. A decisão tomada é de redução da taxa de juros pois o objetivo é aquecer a economia, e isso ocorre quando as pessoas passam a consumir mais no presente.

Com uma taxa de juros menor, nós iremos preferir consumir hoje a investir nosso dinheiro para consumir no futuro. Além disso, o custo do capital (dinheiro) será menor, assim as pessoas poderão fazer, por exemplo, um empréstimo, visto que a taxa de juros é menor.

Dessa forma, a demanda dos consumidores será maior do que antes, mas a oferta dos produtores não será proporcionalmente maior pois não é tão simples assim aumentar a produção. Assim, no final, a demanda pelos produtos será maior do que a oferta, fazendo com que os preços aumentem até que a demanda se iguale novamente com a oferta.

Com o aumento do preço dos produtos, há um aumento na taxa de inflação.

A dinâmica para a redução da taxa de inflação é a mesma, no entanto, inversa. Ou seja, quando a taxa de inflação está muito elevada, o Banco Central aumenta a taxa de juros a fim de reduzir o consumo (o custo do capital – dinheiro – aumenta) e assim, reduzir a taxa de inflação.

Esse assunto é de extrema importância para definir metas de investimento e, conseqüentemente, de lucratividade. Pois todos os investimentos estão ligados à taxa de juros e entendendo a taxa de inflação, conseguimos saber em qual direção a economia está caminhando.

Como exemplo, podemos citar o período por qual estamos passando de crise econômica onde em diversos países houve registros de deflação em alguns meses. Esses registros mostram o desaquecimento dessas economias, o quanto as pessoas estavam preferindo guardar seu dinheiro hoje para gastar no futuro. A medida tomada para conter essa deflação foi a redução da taxa de juros na grande maioria dos países (inclusive no Brasil)*, afim de aquecer a economia, estimulando, principalmente, o consumo. Pois reduzindo a taxa de juros o custo do capital fica menor, assim as firmas são incentivadas a investir mais e os consumidores a consumirem mais.

Respondendo a pergunta do post anterior, o investimento que deveria ter sido feito antes do agravamento da crise é de algum título pré-fixado, do tipo LTN ou NTNF. Essa seria a melhor decisão pois naquela época as taxas de juros não estavam tão baixas (comparadas com as de hoje) e com a crise a taxa de inflação reduziu muito, reduzindo assim os ganhos dos títulos indexados ao IPCA, por exemplo.

Com relação aos títulos indexados somente à taxa Selic, esses não seriam vantajosos pois pagam apenas a taxa Selic e essa também reduziu no decorrer da crise. Além disso, na época do investimento, há um ano, sua taxa de juros já era menor do que a taxa paga pelos títulos pré-fixados (LTN ou NTNF).

*A redução da taxa de juros não teve como único objetivo alterar a taxa de inflação, mas esse é um dos objetivos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Diferença entre os títulos

Após ter aberto uma conta na corretora e já ter decidido qual será o valor investido (lembrando que você não deverá contar com esse dinheiro até o vencimento do título), chegamos ao último passo para começarmos a investir em títulos do governo, decidir qual título comprar.

Há diversos tipos de títulos e cada um tem uma determinada particularidade, o que faz com que muitas vezes as pessoas sintam-se um tanto quando perdidas ao tentarem decidir qual dos títulos é o melhor investimento.

Dentre os muitos títulos que existem no mercado, temos hoje disponíveis três opções de compra:

1.Títulos indexados ao IPCA (NTNB e NTNB Principal)
2.Títulos prefixados (LTN e NTNF)
3.Títulos indexados à taxa Selic (LFT)

As principais características de cada título são:

1.NTNB: sua rentabilidade é vinculada com a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), além de uma taxa de juros definida no momento da compra. O pagamento da taxa de juros ocorre todo semestre (o chamado cupom de juros) e o resgate do valor nominal (atualizado) ocorre na data de vencimento.

2.NTN-B Principal: da mesma forma que o título NTNB, sua rentabilidade também é vinculada à variação do IPCA, acrescida de uma taxa de juros definida no momento da compra. Entretanto não há o pagamento do cupom de juros, recebendo todo o valor na data de vencimento do título.

3.LTN: sua rentabilidade é definida no momento da compra, o resgate do valor do título ocorre no dia do vencimento. Cada título tem um valor de R$ 1.000,00 (no vencimento).

4.NTNF: assim como a LTN, sua taxa de juros é definida no momento da compra, entretanto, quem possui esse título recebe o pagamento de juros semestralmente. O resgate do valor nominal ocorre na data de vencimento do título.

5.LFT: sua rentabilidade é vinculada à taxa Selic, tanto o pagamento do juros quanto do valor nominal ocorre na data do vencimento do título.

Agora que conseguimos fazer uma distinção entre os diversos tipos de títulos existentes, seria interessante sabermos qual é o melhor título a se comprar dado o momento atual da economia.

Assim, levando em consideração a última reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), que decidiu manter a taxa de juros no valor de 8,75% ao ano, podemos chegar à conclusão que o melhor título a se comprar é o vinculado ao IPCA.

Mas qual é o raciocínio utilizado para chegarmos a essa conclusão?

Concluímos que dentre as diversas opções do Tesouro Direto, a melhor opção de investimento é o título indexado ao IPCA pois no momento os economistas e analistas do mercado não acreditam que o taxa de juros irá cair ainda mais, principalmente tendo em vista que na última reunião essa foi mantida, e não mais reduzida como vinha acontecendo.

Dessa forma, tendo como premissa que a taxa de juros deverá se manter em 8,75% a.a. ou até mesmo ser elevada no ano que vem, não é uma boa opção comprar um título “totalmente” pré-fixado (LTN e NTNF) pois sua rentabilidade é definida com base na taxa de juros cobrada hoje e não na taxa de juros que pode ser cobrada no final do ano que vem, por exemplo.

Os títulos indexados à taxa Selic também não são uma boa opção pois esses títulos pagam apenas a taxa de juros Selic e se fizermos uma comparação com o quanto os outros títulos pagam, esse está pagando um valor final baixo.

Essa é a melhor escolha pois ele paga um valor pré-definido na data da compra, acrescido da taxa do IPCA. Essa "soma" de juros é a mais rentável dentre as opções pois no atual momento da economia brasileira a taxa de inflação está consideravelmente controlada pelas políticas monetárias.
Mas e se fossemos comprar títulos antes da crise que estamos passando, ou seja no ano passado, qual seria o melhor título? A resposta para essa pergunta virá no próximo post...







terça-feira, 1 de setembro de 2009

Desmistificando o Título do Governo

Assim como para você investir em ações precisa ter um conhecimento sobre o mercado financeiro, ter algum motivo para acreditar que uma determinada empresa XPTO trará um retorno maior do que outra empresa, para investir em títulos do governo você também precisa ter um certo conhecimento de como funciona esse mercado (de títulos).

Obviamente ele é mais simples e fácil de entender do que o mercado de ações, entretanto, da mesma maneira que os outros mercados, esse também possui suas peculiaridades.

Muitas pessoas ficam interessadas em saber como se faz para comprar títulos do Tesouro pela internet, se isso é fácil, qual é o valor mínimo etc. Podemos dizer que essa é a parte mais fácil de todo o processo, não é preciso ter uma grande quantidade de capital para investir (com apenas R$300,00 já pode começar a investir) e para começar a comprar/vender títulos do Tesouro Nacional basta entrar no site do Tesouro Direto (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto) , se cadastrar e escolher um dos Agentes de Custódia (corretora), abrir uma conta e passar a operar por intermédio dessa corretora.

O próprio site do Tesouro Direto mostra uma tabela com o ranking das taxas cobradas pelas corretoras:(http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/download/ranking/ranking_taxas.pdf). No mesmo site você também encontra uma lista com todas as corretoras que são habilitadas no Tesouro Direto: (http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro_direto/instituicoes_index.asp).

Terminada essa parte burocrática, você precisa escolher qual o título irá comprar. Para isso, deve-se entender que um investimento em títulos do Tesouro Direto é de médio/longo prazo. Assim, caso você acredite que precisará do dinheiro no próximo mês, ou até mesmo no mesmo ano, não deve investir nesse tipo de investimento, pois se retirar o dinheiro antes do prazo de vencimento, seu rendimento será bastante reduzido, visto que o imposto pago é maior do que se paga na data do vencimento.

Para entender melhor o quanto se perde ao vender um título antes de um determinado período ou do seu vencimento, segue abaixo o valor das taxas cobradas:

a) 22,5% do rendimento em aplicações com prazo máximo de 180 dias*
b) 20,0% do rendimento em aplicações entre 181 dias até 360 dias*
c) 17,5% do rendimento em aplicações entre 361 dias até 720 dias*
d) 15,0% do rendimento em aplicações com prazo acima de 720 dias*

O próximo ponto é saber qual o melhor título que deve ser comprado (pré-fixado, indexado ao IPCA, indexado à taxa Selic) e qual o prazo do seu investimento e isso será discutido no próximo post.


*Esses valores são para investimentos a partir de 1º de janeiro de 2005, para investimentos anteriores a essa data, há uma tributação diferente.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Razão do Blog - Aprenda a Investir

Em meio a períodos de turbulência econômica como o que estamos passando hoje, quando em um dia diversas ações têm uma apreciação elevada em outro têm uma forte depreciação, as pessoas se sentem inseguras de onde podem investir.

Agravando ainda mais essa insegurança, temos inúmeras opções de investimento como: CDB, fundos de investimento, ações, previdência privada, poupança, títulos do governo entre outras e cada uma dessas opções diferem-se por inúmeros motivos: algumas possuem rentabilidade pré-fixada, outras pós-fixada; em algumas os impostos são decrescentes, em outras são cobrados quando ultrapassa-se um determinado valor.

Assim, podemos dizer que o melhor investimento não é apenas aquele em que você obtém o maior retorno (o que também é muito importante), mas sim o investimento em que você possui um conhecimento elevado do que se está fazendo.

Uma das opções mais seguras de investimento é a compra de títulos do governo (Tesouro Direto), podemos dizer que é um dos investimentos mais seguros da atualidade visto que você está emprestando dinheiro para o Governo Brasileiro e esse é um bom pagador. Somando-se a isso, investir em títulos do tesouro nacional é uma das operações mais fáceis de se fazer atualmente, você consegue comprar/vender títulos pela internet, por um programa próprio do Tesouro Direto.

No entanto, mesmo com uma chance de menos de 0,000001% de perder dinheiro investindo no Tesouro Direto e com a facilidade de investir da sua casa, através da internet, muitas pessoas ainda sentem-se extremamente desconfortáveis em fazer essas operações, muitas vezes por falta de informação.

Esse desconforto aumenta quando as pessoas entram no site do tesouro direto e se deparam com diversas opções de títulos, diversas rentabilidades, diversas formas de pagamento de juros, e com uma nomeclatura um tanto quanto específica.

Por essas e outras razões, foi criado esse blog. O nosso objetivo aqui é desmitificar, primeiramente, como se investe em títulos do governo (Tesouro Direto) e posteriormente as outras formas de investimento, somando-se a isso, fazermos uma discussão sobre temas da economia que afetam essas diversas formas de investimento.