domingo, 30 de maio de 2010

Mês de maio

Após dois domingos sem publicar aqui no blog em razão de provas e muita correria, retomamos hoje...

O mês de maio foi marcado (já podemos considerá-lo como passado) por uma forte desvalorização tanto do Ibovespa quanto de todas as outras bolsas mundiais, a desvalorização do Ibovespa no mês foi de 8,27%, já em 2010 a perda é ainda maior, 9,68%, isso porque nos últimos pregões nós tivemos uma certa valorização.

Mesmo sem escrever aqui há duas semanas, infelizmente, não temos algo muito novo para colocar como um grande motivo dessa perda além da crise européia e de algumas medidas tomadas pelos bancos centrais ao redor do mundo, como por exemplo, a proibição de venda a descoberto na Alemanha.

Isso me faz acreditar que a tal "irracionalidade" do mercado está ainda mais forte nessa época, e uma grande prova disso são os grande movimentos que temos observado, com dias de queda muito acentuada e dias de alta também bastante forte.

Em meio a tudo isso, minha maior dica é mantermos a calma e termos bastante sangue frio, para não tomarmos decisões precipitadas no meio de uma grande queda.

Hoje, ao invés de uma parte educacional, vou dar uma dica. Ao navegar no site da BM&F Bovespa, encontrei uma planilha de orçamento familiar muito interessante e bastante completa que eu sugiro a todos usarem para controlar os seus gastos. A planilha é extremamente completa e amigável para usar. Quem quiser, o link para baixar o arquivo é: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/educacional/iniciantes/mercado-de-acoes/planilha-de-orcamento-pessoal/planilha-de-orcamento-pessoal.aspx?idioma=pt-br

Fica a dica! Boa semana a todos.

domingo, 9 de maio de 2010

Semana em baixa

A semana que passou foi bastante negativa tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo. O índice Bovespa teve o pior resultado semanal desde fevereiro de 2009, caindo 6,9%. Isso também ocorreu nas outras bolsas do mundo, com todas elas fechando a semana com fortes baixas.

O principal motivo para as fortes baixas nas bolsas européias é o temor com relação à saúde financeira dos países do sul da Europa, em especial Grécia, Portugal e Espanha. Mesmo com a Grécia aprovando diversas medidas a fim de recuperar a economia, o mercado não vem respondendo positivamente em razão da falta de confiança na execução dessas medidas e pela grande oposição que a própria população grega vem fazendo, por meio de greves etc.

Além disso, podemos afirmar que o principal fator que dificulta a recuperação da economia grega é essa fazer parte do Euro, uma vez que o país não tem como "baratear" sua moeda para então, por exemplo, aumentar suas exportações e colocar em ordem sua balança comercial.

Somando-se a essa dificuldade da Grécia em recuperar sua economia, há um temor de que essa crise afete ainda mais os países mais fracos da Zona do Euro (países do Sul), assim todo o mercado vem sendo bastante penalizado, e o setor financeiro (principalmente aqueles que são detentores das dívidas desses países) são ainda mais penalizados.

Mudando de assunto, e respondendo a pergunta que tivemos essa semana, na minha opinião, a melhor forma de conseguirmos saber qual será a decisão tomada na reunião do COPOM com relação a taxa de juros e então decidirmos qual o melhor tipo de investimento em títulos do governo, é olharmos em especial o boletim Focus que sai regularmente com a expectativa do mercado para as diversas taxas (SELIC, IPCA etc.)

Devemos fazer isso pois o Banco Central trabalha com a expectativa do mercado, o que isso quer dizer? Isso quer dizer que é interessante para o Banco Central que os analistas acertem, ou pelo menos cheguem próximos, do valor real pois dessa forma a economia já vai se ajustando antes mesmo desses valores serem divulgados. Assim, durante o intervalo entre as reuniões do COPOM, por exemplo, vamos tendo certas indicações de qual será a decisão tomada.

Por fim, além dos dados já citados no comentário (taxa SELIC, IPCA, PIB), acho bastante interessante ficarmos atentos por exemplo na taxa de emprego (Caged), na balança comercial (divulgado todo 1o dia útil do mês), pois são dados que também mostram o sentido da economia.

Caso tenham interesse, tivemos um tópico exclusivo sobre títulos do governo (http://aprendaainvestir.blogspot.com/2009/09/diferenca-entre-os-titulos.html).


domingo, 25 de abril de 2010

Resumo Semanal + O que é POP

Nessa penúltima semana do mês de abril, o Ibovespa foi bastante volátil durantes os pregões, fechando a semana com uma variação positiva de 0,12%, entretanto, no mês acumula baixa de 1,22%.

Marcada por um feriado no “meio” da semana, tivemos uma semana bastante calma com relação a divulgação de dados econômicos. Da mesma forma, no mercado internacional, não tivemos nenhuma divulgação bastante importante. Assim, o destaque da semana continua com a Grécia que requisitou formalmente um pacote de ajuda financeira da União Européia e do Fundo Monetário Internacional (FMI), no entanto, isso não acalmou totalmente os mercados europeus, visto que o pacote não resolve a crise sistêmica do país além de deixar dúvidas como a possibilidade da Espanha querer algum tipo de pacote semelhante.

Como de costume, após fazermos um breve resumo da semana, discutimos algum assunto mais teórico. Hoje, vamos discutir o que é o POP, sigla para Proteção do Investimento com Participação.

Essa "ferramenta" é um produto de renda variável, negociado na BM&F Bovespa que tem o objetivo de proteger os investidores contra a desvalorização de um determinado papel, ou seja, é uma espécie de Hedge. A forma pela qual o investidores consegue se proteger é através da compra de derivativos.

A forma de proteção é a seguinte; ao investir num determinado papel, você define a quantidade do total investido que deseja proteger, caso a ação caía, você receberá uma parte do valor que perdeu (proteção), no entanto, caso a ação suba, você não ficará com todo o ganho.

domingo, 18 de abril de 2010

Resumo Semanal + O que é análise fundamentalista

Essa semana a Bolsa de Valores de São Paulo fechou com baixa de 2,79%, a maior desvalorização desde a primeira semana de fevereiro. Sendo a sexta-feira um dia bastante agitado e negativo, com o anúncio da SEC de que está movendo uma ação contra o Goldman Sachs, acusando-o de lucrar vendendo aos clientes títulos contra os quais o próprio banco apostava. Com isso o mercado ficou bastante apreensivo e fez uma grande realização de lucros que fez com que praticamente todas as bolsas mundiais caíssem.

No mercado interno, o grande destaque foi para a divulgação dos números do Caged de mercado de trabalho. O mês de março de 2010 foi um recorde, sendo o melhor mês de março desde o começo da série, em 1992. No total foram criados 266.415 empregos, no acumulado dos 3 primeiros meses do ano, foram criados 657.259 postos de trabalho, sendo também o maior número da série histórica, um aumento de 19% com relação ao antigo recorde (primeiro trimestre de 2010). Mudando de assunto, na semana passada falamos sobre análise técnica, hoje, falaremos sobre análise fundamentalista.

Análise Fundamentalista é aquela que analisa a situação financeira, econômica, mercadológica e as expectativas futuras da Companhia. Esse tipo de análise tem o objetivo de entender realmente o mercado da Companhia e com essa está se saindo, desde quem são os gestores à frente da Companhia até quem são os seus credores, para então conseguir definir o preço-alvo da Companhia para um determinado período e, então, chegar à conclusão se vale ou não a pena investir numa determinada empresa.

Para auxiliar na análise de uma Companhia e na comparação com as suas concorrentes, a grande maioria dos analistas faz uso de múltiplos financeiros, na tabela abaixo temos alguns desses múltiplos:


Agora que já sabemos, ao menos um pouco, como são as duas principais formas de analisarmos uma empresa, podemos diferenciá-las melhor. No texto da semana passada está escrito que esses dois modos de analisar uma empresa não são complementares, na minha opinião devemos entender que esses dois modos não se complementam pois a dinâmica de raciocínio de ambos é muito diferente. Enquanto a análise fundamentalista está atenta para tudo aquilo que aconteceu, acontece e pode acontecer dentro da Companhia, a análise técnica não se interessa sequer pelo nome da Companhia, prestando atenção apenas no que o gráfico está “dizendo” e, caso esse diga que a ações da empresa XPTO devam ser compradas, mesmo que as expectativas para essa empresa ou setor não sejam positivas, o grafista irá comprar essas ações. Já uma pessoa fundamentalista, comprará ações apenas daquelas empresas que os fundamentos e as projeções futuras mostrem que essas ações se valorizarão no futuro.

Por último, entendo que podemos fazer uma pequena, mas forte, diferenciação entre os dois tipos de investidores: o investidor fundamentalista é aquele que está buscando rendimentos no longo prazo, já os investidores que se baseiam em conceitos técnicos, tem como objetivo obter lucros no prazo menor (curto prazo) e consequentemente, compram e vendem mais ações num período menor.

domingo, 11 de abril de 2010

Resumo Semanal + O que é análise técnica

O índice Bovespa fechou a semana com alta de 0,40%. Essa semana foi relativamente calma e bastante positiva para o mercado financeiro, uma vez que o índice Bovespa está conseguindo se sustentar num patamar acima dos 71 mil pontos, muito próximo do recorde histórico.

O grande destaque do mercado continua para o setor de commodities, principalmente para a Vale que aumentou consideravelmente o preço do minério de ferro (acima de 100%). Outro destaque da semana é com relação ao mercado de papel e celulose, os preços no mercado internacional continuam a subir bastante e a perspectiva do mercado é que os preços subam ainda mais visto que a demanda por celulose no mundo continua elevada e oferta continua reduzida, principalmente no Chile, que em razão do terremoto não está ofertando sua celulose ao mercado.

No mercado norte-americano, um dos destaques foi a divulgação dos dados do varejo que apresentaram um crescimento de 9,1%, bastante acima da expectativa do mercado. Com isso, as ações do setor de varejo dos EUA apresentaram uma boa valorização na semana.

Mudando um pouco de assunto, existem dois tipos de análise: Fundamentalista e Técnica. Acho bastante interessante sabermos diferenciar os dois tipos, assim, hoje falaremos um pouco da Análise Técnica.

Ao falarmos da análise técnica, logo pensamos em gráficos, com variáveis e médias, o que está correto, abaixo temos um exemplo de um gráfico de análise técnica.


No entanto, saber o que é uma análise técnica, não é apenas saber que ela utiliza gráficos. O princípio básico da análise grafista é basear-se na idéia de que os preços dos ativos movem-se ao longo do tempo com padrões repetitivos e identificáveis, assim, através de ferramentas estatísticas, conhecidas como indicadores técnicos, o analista ou investidor consegue identificar pontos importantes, antecipando-se ao movimento do mercado.

O principal teoria sobre a Análise Técnica é a Teoria Dow, que aborda a movimentação dos preços de ações. Um dos seus princípios básicos é que os mercados se movem em tendências, e essas podem ser tanto de alta como de baixa, além disso, essa teoria também tem como princípio básico que o volume é convergente com a tendência, ou seja, se o mercado está em uma tendência de alta, o volume também aumentará, se o mercado estiver numa tendência de baixa, o volume reduzirá.

Abaixo temos um exemplo de um gráfico como uma tendência de alta, notamos que também há um aumento no volume, principalmente no início da tendência de alta. O volume é visto pelas barras vermelhas ao final do gráfico.




domingo, 4 de abril de 2010

O índice Bovespa


Ao invés dos últimos posts que falamos dos comentários da semana, resolvi escrever hoje sobre algo mais conceitual sobre o índice Bovespa, visto que agora no começo do mês teremos a mudança das empresas que compõe o índice. Espero que achem interessante...

Em primeiro lugar, devemos saber o que é o índice, como ele é composto e como foi criado. O Ibovespa foi criado em 1968 e desde então é formado pelas 66 ações que possuem o maior volume negociado nos últimos 12 meses, sofrendo alterações a cada 4 meses. É importante destacarmos que cada ação possui um determinado peso dentro do índice, e esse peso está de acordo com o seu volume negociado.

Quando criado, o índice tinha o valor-base de 100 pontos, que significavam 100 unidades monetárias, capazes de comprar uma certa quantidade de cada ação, de acordo com o seu peso. Assim, por exemplo, caso as ações da Vale representassem 20% do índice Bovespa, utilizaríamos 20 unidades monetárias para comprarmos ações da Vale. Desde então, a carteira se aprecia ou deprecia sem receber nenhum outro aporte, recebendo apenas acréscimo exclusivo de proventos gerados pelas ações.

Abaixo segue um gráfico histórico que mostra a valorização do Ibovespa desde 2004, notamos no gráfico, que dentre as crises que já passamos, a sofrida em 2008 foi uma das mais violentas com relação ao Ibovespa, quando o índice caiu de pouco menos de 70.000 pontos para os 30.000 pontos, recuperando-se no decorrer de 2009.





Uma grande crítica que o mercado faz com relação ao índice Bovespa é que ele não representa de uma forma muito correta as ações da Bolsa de Valores, pois um pequeno número de Companhias tem um peso muito grande dentro do índice, assim, quando as ações de uma dessas companhias sofrem uma forte queda por algum problema pontual, por exemplo, elas puxam o índice para baixo, mesmo quando a maioria das ações da Bolsa de Valores estão positivas.

Dentre as ações que possuem um maior peso no índice Bovespa, podemos destacar as ações da Vale que juntas (ON e PN) representam cerca de 9,1% do índice, as ações da Petrobrás (ON e PN) também tem um forte peso no índice, representando 11,1%. Outro destaque do Ibovespa são as ações da BM&F Bovespa que representam 9,4%.

Devido ao modo como as ações são selecionadas para compor o índice, outro assunto que é interessante analisarmos é a distribuição dos diversos setores do mercado no índice Bovespa. Abaixo temos um gráfico que mostra a porcentagem de cada setor dentro do Ibovespa, se olharmos com atenção, perceberemos que alguns setores como por exemplo o de Bancos e Serviços Financeiros tem um peso muito forte dentro do índice, enquanto outros, como por exemplo Açúcar e Álcool tem um peso bem menor. Isso também é uma razão de como o índice é calculado, selecionando as ações que possuem um maior volume de negociações nos últimos 12 meses.

Por último, acredito ser interessante mostrarmos (já tivemos um tópico sobre isso aqui no blog) uma correlação existente entre o Ibovespa e a variação do preço do dólar. No gráfico abaixo temos o preço do dólar e a variação do índice Bovespa desde o início do ano de 2008, notamos que ambos os dados possuem uma correlação inversamente proporcional. Ou seja, quando o índice Bovespa sofre uma queda, o preço do dólar aumenta e quando o índice Bovespa se valoriza, há uma desvalorização do preço do dólar.

O principal fator para essa correlação negativa é a entrada e saída de investidores estrangeiros dentro da Bolsa de Valores de São Paulo, quando o mercado está confiante, com a Bolsa se valorizando, há uma entrada capital estrangeiro no Brasil, dessa forma, temos mais dólares sendo vendidos, consequentemente, ocorre uma desvalorização do dólar perante o real. Entretanto, quando o mercado não está confiante vimos uma reação contrária, ou seja, há uma saída de investidores estrangeiros do Brasil, esses compram dólares e, devido a maior demanda, temos uma valorização do dólar.


Obs.: todos os gráficos foram feitos com dados retirados do economatica.

segunda-feira, 22 de março de 2010

3a Semana de Março

O Ibovespa fechou a penúltima semana do mês de março com ganho de 3,5% e redução de 0,75% na semana.
Essa última semana foi bastante agitada tanto no mercado brasileiro, quanto no mercado internacional. Começando pelo mercado interno, o grande destaque foi a reunião do Banco Central que decidiu manter a taxa básica de juros em 8,75% ao ano. Não podemos dizer que foi uma enorme surpresa a manutenção da taxa de juros tendo em vista que o mercado estava bastante dividido sobre qual seria a decisão do Banco Central.
Entretanto, na ata da reunião ficou bastante claro que haverá um aumento de, no mínimo, 0,5p.p. na próxima reunião, uma vez que a taxa de inflação já está crescendo e as expectativas do mercado já acima da meta para o ano de 2010.
Outro dado divulgado no Brasil bastante importante foram os números de emprego do Caged, também divulgado na quarta-feira, pelo ministro Carlos Lupi. Esses números vieram bem positivos, no mês de fevereiro foram criados 209.425 empregos, um crescimento de 0,63% ao compararmos com janeiro de 2010. Além da boa notícia com relação ao mercado de trabalho brasileiro, o ministro do trabalho Carlos Lupi já afirmou que teremos novo recorde de contratações em fevereiro, algo muito positivo.
No mercado internacional, essa semana foi marcada pela reunião do Fed que decidiu manter a taxa do Fed Funds entre zero e 0,25% ao ano, além de afirmar que manterá essa taxa por um período prolongado de tempo. Na mesma reunião, o Fed também decidiu manter a taxa de redesconto em 0,75% ao ano.
Outro destaque da semana, é o nosso já “costumeiro” assunto sobre a Grécia, que continua enfrentando a “revolta” da população. Nessa semana, os ministros de Finanças da União Européia aprovaram um pacote multimilionário de ajuda à Grécia, caso entendam que o país não conseguirá controlar os seus gastos. Além disso, aumenta a cada dia que passa os rumores da possibilidade do FMI ajudar a Grécia.
Voltando ao mercado brasileiro, acho interessante destacarmos o que vem acontecendo com o setor de papel e celulose, a demanda por celulose continua muito elevada e maior do que a oferta do produto, isso vem fazendo com que nas últimas semanas o preço celulose suba consideravelmente e com que as Companhias produtoras (Suzano e Fibria) já informem o mercado que aumentarão o seu preço no próximo mês. Com isso, essas ações têm liderado os ganhos na Bolsa de Valores, no mês de março, até agora, as ações da Suzano subiram aproximadamente 29,0% e as ações da Fibria subiram aproximadamente 19,0%.
Para essa última semana, o maior destaque será a divulgação dos dados finais do PIB do quarto trimestre e do índice de confiança do consumidor de Michigan e de Chicago. No Brasil, destaque para o IPCA-15, que será divulgado na terça-feira.