terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O que prestar atenção em 2010

No decorrer do meio do segundo semestre (desde que o blog foi criado), falamos de diversos assuntos, desde como abrir uma conta em uma corretora e aplicar o dinheiro em títulos do governo, até como investir em ações e o que podemos esperar para o ano que vem, além de fazermos análises do desempenho do Ibovespa no ano e de alguns acontecimentos mundiais, como a crise de Dubai.

Nesses posts, sempre afirmei que acredito ser ainda muito vantajoso investirmos em ações no Brasil, que por mais que a Bolsa sofra algumas quedas e termine um ou outro mês, ou alguma semana, no “vermelho”, ao final de um período um pouco maior do que isso, a bolsa, como um todo, apresentou um bom resultado, o que gera oportunidades de aumentarmos nossos rendimentos.

Assim, após essa introdução, acho interessante citarmos alguns assuntos que, na minha opinião, devemos ficar atentos em 2010 pois eles podem nos ajudar a continuarmos tendo um bom desempenho.

Em primeiro lugar, acredito que devemos prestar muita atenção nas empresas que atendem principalmente o mercado interno, como por exemplo o setor de consumo. O mundo ainda não se recuperou totalmente da crise, mesmo tendo apresentado dados positivos em 2009, alguns acontecimentos que tivemos nos últimos dias, como a crise de Dubai e a redução do rating da Grécia, mostraram que a economia mundial ainda está frágil. Felizmente a economia brasileira teve uma recuperação muito boa e com isso, esse setor da economia deverá apresentar resultados bastantes positivos em 2010.

Outro setor que eu acredito ser interessante prestarmos atenção em 2010 é o de cartões. Atualmente, a grande maioria dos analistas acreditam que essa área tem um grande potencial de upside no próximo ano, mas, ao mesmo tempo, algumas incertezas com relação à regulamentação e a possibilidade de entrada de novas empresas no mercado brasileiro faz com que tenhamos um pouco de “pé atrás” com as empresas desse setor.

Por último, outro setor que eu acredito ser interessante prestarmos muita atenção é o de construção civil. Diversos acontecimentos em 2009, desde a criação do projeto “Minha Casa Minha Vida até a escolha do Brasil para sediar as Olimpíadas, nos levam a crer que haverá muito investimento nesse setor e, por isso, esse setor pode vir a ser uma grande oportunidade.

Aqui falamos de apenas 3 setores, dentre muitos que estão presentes na Bolsa de Valores de São Paulo. Assim, minha recomendação é que, além de ficarmos atentos com essas questões, devemos prestar atenção nos outros setores pois todos eles podem nos trazer boas oportunidades de investimentos.

Bom final de ano à todos e que em 2010 tenhamos muitas oportunidades de investimentos!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Agências de rating

Nessa última semana algumas declarações das agências de rating (ou de classificação de risco) foram muito comentadas. As principais agências de rating do mundo afirmaram que poderiam reduzir o rating de alguns países, como por exemplo da Inglaterra.

Mas, ao lermos essas notícias, podemos nos perguntar o que exatamente faz uma agência de rating e qual é o poder de influenciar o mercado.

Para conseguirmos responder essas perguntas, iremos falar hoje sobre o que é uma agência de rating, o que ela faz e como atua no mercado financeiro mundial.

Uma agência de rating é uma empresa que analisa o risco das instituições públicas e privadas de pagarem suas dívidas, ou seja, ela analisa o risco que o credor corre em não receber o pagamento pelo seu empréstimo.

O interessante é que as grandes agências de rating não analisam apenas o risco de empresas, elas também analisam o risco de um país como um todo. Ao analisarem o risco do país, as agências determinam o custo dos investidores investirem ou não no país, determinando assim a remuneração que esse país deve “dar” aos investidores para que a entrada desses no país seja ou não vantajosa.

Dentre as principais agências de classificação de risco no mundo, podemos citar 3 como as mais importantes e que, consequentemente, mais influenciam o mercado financeiro em geral. São elas: Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s.

Quando uma dessas agências declara que pode alterar o rating de um determinado país, há uma certa euforia no mercado, pois isso influencia muito os investidores. Quando o rating de um país é elevado significa que ficou mais seguro investir nesse país. Dessa forma, sem dúvida alguma, mais dinheiro acabará sendo investido nele, muito fundos, por exemplo, passarão a aplicar dinheiro em empresas desse país, como conseqüência disso, teremos, por exemplo, uma redução na taxa de juros.

Quando ocorre o contrário também temos uma grande euforia, entretanto, de forma negativa para o país, pois a chance de muitos investidores retirarem o dinheiro desse país é muito grande e, dessa forma, esse país terá que pagar um valor maior para atrair investidores. Tornando assim, o custo de capital mais caro, ou seja, a taxa de juros desse país necessariamente tem que ser maior.

Por último, acho interessante citarmos que essas agências são constantemente criticadas por seus cliente serem exatamente aqueles que estão sendo analisados pela agência, o que torna possível que a análise não seja feita de forma imparcial. Por isso, devemos sempre ficar atentos com a reputação da agência de risco e de como funciona a política dela de, por exemplo, alterar o rating de uma companhia ou país.


domingo, 6 de dezembro de 2009

O ano de 2009

Começamos nessa semana o último mês do ano e, como de costume, no mercado financeiro a discussão central passa a ser o que devemos esperar para o próximo ano e a fazer um balanço do que aconteceu nesse ano, tendo em vista que ao entendermos o que aconteceu com o mercado em 2009 estaremos mais bem preparados para enfrentar as adversidades do mercado em 2010.

Assim, para o tópico de hoje, iremos comentar um pouco de como o Ibovespa se comportou durante o ano.

Abaixo, seguem dois gráficos, o primeiro gráfico mostra o desempenho do Ibovespa até o dia 3 de dezembro. Notamos que desde o primeiro dia útil do ano até o dia 3 de dezembro o Ibovespa teve uma valorização de 69,75%, passando dos 68.000 pontos. Entretanto, não foi desde o começo do ano que o Ibovespa apresentou um constante crescimento, notamos que nos primeiros meses do ano a Bolsa de Valores não apresentou um crescimento, apenas “andou de lado”. Ou seja, não tinha um sentido muito definido. Isso porque nessa época ninguém sabia ainda quais eram as dimensões da crise econômica mundial, o que ainda poderia acontecer e quanto tempo demoraria para a economia se recuperar.

O segundo gráfico nos mostra a variação do Ibovespa em cada mês. Através dele percebemos que, nesse ano, o Ibovespa fechou com um crescimento negativo apenas em três meses (Janeiro, Fevereiro e Junho). Os dois primeiros meses fecharam em queda principalmente em razão da crise.

Ainda no segundo gráfico, notamos que em todos os outros meses o Ibovespa apresentou um crescimento positivo, chegando a superar os 10% de crescimento em março e abril.

Voltando para o primeiro gráfico, nele também conseguimos observar o volume financeiro diário operado na Bovespa. Através desse dado, percebemos que durante todo o ano houve um constante crescimento desse volume. A razão disso também é a crise.

Com o início da crise, no ano passado, houve uma redução do volume financeiro da Bolsa de Valores, visto que tivemos uma saída de capital estrangeiro do país e muitos investidores nacionais também retiraram seus investimentos da Bolsa de Valores. Com a retomada do mercado brasileiro, novamente passamos a ter um fluxo positivo, claro, tendo algumas saídas do mercado em alguns momentos mas, na média, sendo positivo.

Para o ano que vem, as expectativas para a Bolsa de Valores continuam sendo positivas. É extremamente difícil termos um crescimento tão grande quanto esse ano, mesmo porquê, o crescimento que tivemos em 2009 foi em cima de um valor super-desvalorizado, o que não temos nesse ano. Mas, mesmo assim, acredito que em 2010 a Bolsa de Valores ainda será a melhor opção para se investir.