domingo, 21 de fevereiro de 2010

Semana de recuperação

Após o feriado de Carnaval, tivemos uma semana pequena e rápida para o mercado de ações, no entanto, com uma razoável recuperação. O índice Bovespa teve uma valorização de 2,65% na semana.

Podemos dizer que, essa semana, para o mercado brasileiro, foi morna tanto com relação à divulgação de dados quanto com relação à divulgação de resultados das Companhias. O principal dado divulgado na semana foi o do Caged, sobre o número de empregos criados no mês de janeiro, algo que surpreendeu positivamente o mercado. No mês de janeiro foram criados pouco mais de 181 mil empregos, 40 mil empregos a mais do que o previsto pelo ministro do trabalho Carlos Lupi. Ainda discutindo os dados do Caged, no mês de janeiro, tivemos 1.410.462 pessoas admitidas (empregos formais), enquanto que foram demitidas 1.229.043 pessoas.

Esse aumento no número de empregos é bastante positivo pois o mercado não acredita que teremos alguma recessão na economia brasileira num futuro próximo, assim, possivelmente, nos próximos meses o número de novos trabalhadores deve continuar aumentado.

Já no mercado externo, o mercado continua apreensivo com relação aos países europeus: Grécia, Portugal e Espanha (já discutido em posts anteriores), entretanto, nas últimas conversas, a Zona do Euro passou a dar sinais de que deverá ajudar esses países a saírem do endividamento, visando a “harmonia” da economia européia. Isso soou como algo positivo, pois mostra que os outros governos estão preocupados e interessados na resolução desses problemas.

Outro assunto bastante importante no mercado internacional foi o inesperado anúncio do FED do aumento de 0,25% na taxa de redesconto e redução do prazo máximo de vencimento dos empréstimos de 28 dias para o overnight (1 dia). Isso mostra que o governo norte-americano está começando a desmontar o esquema criado para recuperar o sistema financeiro após a crise mundial. Mesmo assim, o FED afirmou que ainda manterá a taxa de juros entre 0% e 0,25%, como vem mantendo desde o início da crise.

Entretanto, esse aumento na taxa de redesconto faz com que o mercado fique mais atento com relação às ações do FED e passe a temer que o fim das baixas taxas de juros seja mais rápido que o esperado.

Para essa semana, devemos ficar atentos à divulgação de alguns dados bastante importantes. No Brasil, serão divulgados os dados sobre as vendas do varejo e a taxa de desemprego. Já no mercado mundial, devemos ficar atentos à divulgação dos dados revisados do PIB norte-americano do 4º trimestre. Na Europa, a Zona do Euro divulgará os dados de novos pedidos da indústria e o índice de confiança da indústria e do consumidor.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Pedro, falei que voltaria e aqui estou novamente

Quando leio as notícias que diz respeito a situação da zona do euro, acho que existe uma conotação muito política e não tem apenas um contexto econômico. Se fosse um país pobre acho que toda essa atenção não staria sendo dada, vemos vários países pobres como o Haiti (antes do terremoto) que também tem altos indíces de corrupção e tudo o mais sem receber toda essa atenção. Não acho dificil imaginar a razão.
Podemos encarar a taxa de redesconto como uma política monetária contracionista?

Unknown disse...

Oi Alana,

Concordo com você com relação à conotação política que existe sobre a crise na Zona do Euro. Mas, além disso, acho que a razão da representatividade da economia do Euro no mundo conta muito. Na minha opinião é por essa razão que o mundo não se preocupa como deveria com os problemas nos países da África e no Haiti, por exemplo. Esses países não tem um peso muito grande na economia e uma crise neles, uma perda no poder de consumo da população não afeta o mundo, como por exemplo uma perda no poder de compra da população européia ou norte-americana.
Com relação à taxa de re-desconto, não acredito ser tão contracionista, uma vez que apenas voltou para patamares anteriores a crise mundial. Entretanto, acredito que devemos ficar atentos a essas medidas pois elas mostram quais podem ser os próximos passas dos Bancos Centrais.