domingo, 31 de janeiro de 2010

Mal começo de ano para a Bolsa

Tivemos mais uma semana um tanto quanto estressante no mercado de capitais, o índice Bovespa teve uma redução de -1,24% na semana, já no mês a queda foi ainda maior, de -4,65%, essa queda foi um reflexo da insegurança do mercado com as decisões da China de contenção do crédito, o que diminui o consumo de diversos produtos, como as commodities, e as medidas anunciadas pelo governo norte-americano de regulamentação dos bancos.

Esses dois fatores contribuíram muito para que as bolsas de todo o mundo sofressem quedas consecutivas. No entanto, nessa semana que passou, tivemos manutenção de dois dados que deixaram o mercado se não um pouco mais otimista, pelo menos mais calmo. O primeiro deles, e mais importante para o mundo, foi a manutenção da taxa de juros norte-americana entre 0,0% e 0,25% a.a., o que já vem sendo feito desde o início da crise. Isso, ao menos mantém o mercado um pouco mais motivado a investir e consumir.

Outro dado importante, principalmente para nós, foi a manutenção da taxa de juros brasileira (Selic) em 8,75% a.a., fazendo também, principalmente o mercado interno, fique mais tranqüilo e mantenha os investimentos previstos, ou seja, estimulando o mercado interno, que foi o que fez o Brasil se recuperar da crise rapidamente.

Dessa forma, acredito que o mercado pode apresentar uma certa recuperação nesse mês de fevereiro, principalmente se os números divulgados no decorrer da semana forem positivos.

Para essa semana, devemos ficar atentos para a divulgação de alguns dados. No Brasil, o destaque é para a ata do Copom, pois essa nos mostra como o Comitê de Políticas Monetárias está avaliando a economia atual e qual será a direção que o mesmo deverá tomar no decorrer do ano. Outro dado importante a ser divulgado no Brasil, nessa semana, é a carta da Anfavea, que mostra o número de automóveis emplacados no mês de janeiro. Devemos também prestar atenção nos números da Balança Comercial brasileira de janeiro, divulgados no primeiro dia útil do mês.

No mercado internacional, o destaque é para a divulgação do payroll, índice de desemprego norte-americano. A expectativa do mercado é que esse número apresente um aumento no número de empregos, o que nos mostra uma recuperação da economia.

Por último, na semana passada começamos nossa “temporada” de divulgação de resultados, assim, como já falamos em posts anteriores, sugiro ficarmos atentos com as datas de divulgação de resultados das empresas, pois nesses momentos surgem possibilidades de obtermos um bom lucro no curto prazo, ou pelo menos, evitarmos perdas desnecessárias.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Semana turbulenta

Essa última semana foi marcada por dois acontecimentos que influenciaram negativamente todos os mercados mundiais. O índice Bovespa teve uma queda de 4% na semana. A razão dessa queda foi um anúncio feito pelo governo chinês e outro pelo governo norte-americano.

Com relação à China, desde o começo da semana, o governo está anunciando e tomando algumas medidas para conter o crescimento exagerado do país. Dentre essas medidas, a mais importante é a de fazer um aperto monetário, aumentando o custo de empréstimo no mercado interbancário, elevando o juro.

Essa medida faz com que todos os países fiquem atentos e mais apreensível, pois, hoje, o maior consumidor de diversas commodities é a China. Com essas medidas para conter o crescimento, a China passará a importar menos produtos, fazendo com que todos os países que exportam minério de ferro, petróleo, celulose entre outros, passem a vender menos. Assim, as empresas que foram mais “castigadas” pelo mercado foram de companhias que exportam, por exemplo, minério de ferro, como a Rio Tinto e a Vale.

O outro anúncio que balançou bastante o mercado financeiro mundial foi uma proposta do presidente norte-americano Barack Obama de regularização no setor bancário. Obama sugere uma separação entre os bancos comerciais e bancos de investimentos, não permitindo que bancos comerciais, por exemplo, apliquem seu próprio dinheiro no mercado de capitais. Essas medidas afetariam fortemente os lucros dos grandes bancos norte-americanos. E isso influenciou bastante para que as bolsas mundiais operassem em baixa essa semana.
Hoje apenas a bolsa brasileira não abriu, devido ao feriado de aniversário da cidade de São Paulo, as bolsas norte-americanas fecharam em alta, já as bolsas européias fecharam em queda devido a alguns resultados negativos e a queda do preço das commodities. Dessa forma, devemos esperar uma semana de instabilidade, tanto pelas medidas tomadas pela China e pela proposta do presidente Barack Obama, quanto pelos resultados que serão apresentados pelas Companhias nos mercados mundiais.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Razões para a queda do Ibovespa

Essa semana foi marcada por uma “pequena” realização de lucros dos investidores, o Ibovespa recuou 2,07%, no entanto, grande parte das empresas que pertencem o índice caíram mais do que esses 2,0%. A companhia que fez o índice Bovespa não cair mais foi a Vale, que mesmo com o mercado bastante turbulento, teve uma valorização de 0,9% na semana. Essa valorização ocorreu principalmente em razão das especulações com relação ao aumento do preço do minério de ferro para esse ano.

Ao contrário de produtos como a soja, o milho e o petróleo, que têm os preços definidos em Bolsa, o minério de ferro tem o seu preço definido em contratos feitos pelo comprador e pelo vendedor, por isso, há essa expectativa de que o preço do minério sofra uma apreciação. Até o final do ano passado, acreditava-se que o aumento seria de aproximadamente 15% a 20%, no entanto, no começo desse ano, passou-se a acreditar que esse aumento poderia chegar a 50% e, com isso, as ações da Vale passaram a ter uma constante valorização.

Mudando um pouco de assunto, acho interessante tentarmos entender o porquê do mercado estar sofrendo essa desvalorização no começo do ano. Dentre as diversas explicações dos analistas, a que eu acredito ser uma das mais corretas é que o mercado está com “medo” de que os governos retirem os incentivos criados para evitar que a crise fosse maior.

Entendo melhor: com o início da crise em 2008, para evitar que as economias mundiais sofressem tanto, os governos criaram diversos modos de incentivarem a economia como os que foram vistos aqui no Brasil: redução da taxa de juros; redução do IPI na compra de automóveis e de produtos da linha branca.

Entretanto, com a boa recuperação que nós tivemos no ano passado, os Bancos Centrais dão indícios de que irão retirar esses incentivos. Com isso, o mercado fica apreensivo de que possa haver uma retração do mercado, reduzindo, por exemplo, o consumo. Dessa forma, o mercado como um todo fica apreensivo e as ações sofrem essas quedas.
Por último, para essa próxima semana, temos dados bastante importantes para ficarmos atentos, com relação à inflação, será divulgado o IPCA-15 de janeiro que, provavelmente, deve apresentar um aumento da inflação. Outro dado que devemos destacar é a divulgação do Banco Central das notas para a imprensa do Setor Externo e a de Política Monetária e Operações de Crédito, de dezembro.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Primeira semana de 2010

Essa foi a primeira semana do ano e, podemos dizer, tivemos um bom começo. A valorização do índice Bovespa foi de 2,44% e o volume médio negociado diário de 6,8 bilhões de reais.

O início da semana foi bastante positivo, com o Ibovespa avançando bastante, no entanto, do meio para o final da semana, principalmente na sexta-feira, com a divulgação do dado de desemprego dos Estados Unidos que, ao contrário da expectativa do mercado, apresentou um avanço no número de desempregados, a Bolsa de Valores perdeu um pouco de sua força, mas nada que deixe o mercado muito apavorado.

Um dos grandes destaques dessa semana foram as ações da BM&F Bovespa, que chegaram a subir mais de 6,5% durante a semana e fecharam na sexta feira (08/01) com uma valorização de 4,17%, sofrendo uma realização de lucros na sexta feira. Por outro lado, como destaque negativo tivemos as ações da Cosan que tiveram uma queda de pouco mais de 5,3% na quinta feira, após o anúncio do Ministério do Trabalho de tê-la incluído na lista de empresas que empregam trabalhadores em más condições, próximo à escravidão. Na própria sexta feira a Companhia soltou um comunicado afirmando que não era responsável pelo contrato dos trabalhadores e o Ministério do Trabalho informou que irá conversar com a Cosan para entender o que aconteceu e que possivelmente pode ter havido um excesso ao incluírem a Companhia na lista. O grande problema da empresa passar a fazer parte dessa lista é que ela perde o direito de obter recursos do BNDES, tornando assim, mais caro realizar investimentos.

Para essa segunda semana de janeiro, a expectativa é bastante positiva para o mercado de ações brasileiro, nessa primeira semana tivemos uma grande entrada de capital estrangeiro e, acredito, que continuaremos tendo essa entrada de dinheiro estrangeiro, o que estimula um avanço da Bolsa de Valores.

Com relação aos dados que devemos ficar atentos nessa semana, o principal deles é o das vendas do varejo que devem vir bastante positivos devido ao período do Natal e ao maior poder de compra da população brasileira. No mercado norte-americano, também devemos ficar atentos com a divulgação das vendas do varejo (também terão influência do Natal) e para os dados da produção industrial de dezembro.