No mercado interno, um dos acontecimentos mais importantes da semana foi a alteração do Banco Central no compulsório, criando novas medidas que entrarão em vigor a partir de 22 de março de 2010. Como resultado dessa alteração no compulsório veremos uma redução da liquidez do sistema financeiro, principalmente dos bancos de menor porte, visto que a alíquota de recolhimento voltou a ser de 15% e não mais de 13,5%, como era desde o início da crise mundial. No entanto, essa decisão não afetou tanto o mercado pois os bancos já haviam re-estabelecido sua liquidez, por esse motivo, essa medida já era um tanto quanto esperada pelo mercado.
Além desse anúncio do Banco Central, a semana brasileira foi bastante tranqüila, exceto pela “avalanche” de empresas que divulgaram os seus resultados, evento que deve continuar ocorrendo até o final do mês de março.
Já no mercado internacional a semana foi bem mais agitada, a começar pela mesma discussão sobre o futuro de alguns países europeus que se encontram altamente endividados, em especial a Grécia. Nessa semana, o mercado deu sinais que as agências de rating poderiam rebaixar o rating da dívida da Grécia, além disso, uma grande greve de trabalhadores ocorreu na quarta-feira, em protesto aos gastos do governo. Além disso, declarações dos inspetores da União Européia sobre a enorme dificuldade que a Grécia terá para cumprir a meta fiscal e do premiê grego que os piores temores sobre a economia grega foram confirmados fizeram com que o mercado externo (principalmente o europeu) fossem penalizados durante a semana.
Acredito ser interessante fazermos uma breve discussão sobre o que está acontecendo com a Grécia e como, na minha opinião, o mercado entende e tem agido com relação a isso. Em termos de participação no mundo, a economia grega não é tão importante, representando uma porcentagem muito pequena tanto em termos mundiais quanto em termos europeus. No entanto, todas as economias mundiais (principalmente a Europa), está atenta com o desenrolar dos acontecimentos pois “querendo ou não” a Grécia faz parte da zona do Euro e uma quebra do país, que tem o Euro como moeda, afetará toda a economia do Euro. Além disso, há algumas regras na zona do Euro que quando, por exemplo, um país tem um forte índice de endividamento ele deve sair da zona do Euro, o que faria com que a Grécia ficasse ainda mais quebrada. Assim, na minha opinião, o maior medo do mercado mundial é que a Europa não tenha força suficiente para ajudar a Grécia e que a crise grega se espalhe para outros países fracos como Portugal, Espanha e Itália(que já é uma economia maior)...
Para essa primeira semana de março, dentre os dados que serão divulgados, o maior destaque será a divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos (payroll) que acontecerá na sexta-feira. No Brasil, devemos destacar a quinta-feira, quando serão divulgados os dados da Anfavea de produção e venda de veículos.